terça-feira, 5 de agosto de 2014

#review10




Por ser a décima, esta não poderia, nem deveria, ser uma simples resenha.

TRI-Resenha | Carolina Munhóz e suas fadas

Todo mundo sabe que fadas não existem, certo? Pois bem... minha crença vai totalmente contra esse conceito de inexistência.
Fadas existem SIM, mas se não quiserem acreditar, o problema é de vocês.
Em seus três livros, Carolina Munhóz, uma brasileira de fibra, conta histórias impressionantes sobre esses seres tão incríveis; faz jus ao termo “contos de fada”, porém, muito mais cativante e atraente em diversos sentidos.
A fada, O Inverno das Fadas e Feérica transportam o ser humano a mundos totalmente diferentes da Terra, mostrando que mesmo seres de aparência tão perfeita e tão bem evoluídos como as fadas, têm regras em seu mundo, e que também podem quebrá-las.
A Fada, primeiro livro da autora, trás um contexto que se passa na Inglaterra, onde vive a jovem Melanie Aine. No aniversário de 18 anos da garota, seu pai morre e ela descobre que não é um ser humano.
Melanie é uma fada que tem um grande destino nas mãos: governar Fairyland, o Reino das Fadas. Mas, começando daí a surgir a desobediência de regras, ela se apaixona por um ser humano. Na verdade, um bruxo. Arthur, um belo rapaz moreno de olhos verdes, que surgia para a garota em sonhos e, mais futuramente, na vida real, fazendo nascer um grande sentimento entre os dois.
Porém, nem toda história tem um final feliz. E não será dessa vez que irei contar o final de uma.
Em O Inverno das Fadas, o contexto muda quase totalmente. Tudo ainda se passa na Inglaterra, e uma relação fada-humano também é travada. Porém, as fadas são dividas em espécies, como animais e plantas. E a espécie a qual Sophia Coldheart é a das Leanan Sídhes.
Leanan Sídhes são seres que se alimentam da força vital de seus amantes, ao passo que lhe elevam ao mais alto grau de fama, aumentando seu respectivo talento.
Sophia conhece o jovem William, um escritor inglês, e, pela descrição de sua espécie já dá pra imaginar o que aconteceu, certo?
Errado!
William e Sohia, os quais chamo de “Romeu e Julieta do mundo mágico moderno”, conseguem provar que o amor vence até a pior das naturezas de um ser vivo, mas para realizar tal proeza, um sofrimento imenso é imposto aos dois.
Mas tudo acaba bem. Como? Não digo.
E um detalhe importante: todos os capítulos de O Inverno das Fadas têm como título trechos de músicas internacionais, o que atribui à obra um valor especial.
Agora vem o melhor de todos, com uma pitada de humor, realidade, romance e longas madeixas violetas: Feérica.
Violet Lashian é uma fada que tem um objetivo totalmente diferente das demais: reavivar no mundo humano a existência de sua espécie e mostrar a ambos os mundos que eles podem viver em harmonia.
Para isso ela tem de passar por várias situações boas e ruins. Uma das ruins é abandonar sua família; a melhor de todas, se tornar uma estrela de Hollywood. No meio de tudo isso, ela revela suas asas aos humanos, sua verdadeira identidade, se apaixona e sofre o que qualquer astro um dia já sofreu. Marcando tudo isso, claro, com seus longos cabelos violeta.
Aventuras de todas as formas marcam as histórias de Carolina, tornando sua profissão cativante e exemplar para muitos jovens leitores e escritores – como eu.
E não poderia encerrar essa resenha sem antes falar do mais novo lançamento da autora, um trabalho realizado em parceria com Sophia Abrahão e que está sendo publicado pela Editora Rocco: O Reino das Vozes Que Não Se Calam.
Estou super ansioso para adquirir e ler esse trabalho que deve estar magnífico!
E para finalizar, que as fadas abençoem e estejam com vocês!

Leiam e vivam os livros de Carolina Munhóz, um mais do que forte ícone da nova literatura brasileira.

terça-feira, 15 de abril de 2014

#review09

O Circo Mecânico Tresaulti, de Genevive Valentine

por Fernanda Alves

                 (Primeiramente, gostaria de ressaltar que esta resenha é obra de uma amiga minha. Ela pediu para que eu a avaliasse e postasse aqui no Paradise Reading. Desde já agradeço, e boa leitura!)
Se você é amante de livros, talvez já tenha visto esse nas livrarias. Talvez tenha chamado sua atenção pela cor e pelo título. Talvez, ao pegá-lo, tenha adorado sua textura. E é impossível não dar uma boa olhada em suas incríveis ilustrações. Se você não se deixa enganar por uma bonita edição, tudo bem, pois a originalidade da história conquista várias pessoas. E aí, meu amigo, você acabou de encontrar um livro “bonito por dentro e por fora”.

“Mas um livro sobre circo?”, você se pergunta. “Pois é! Pois é!”, diz esse texto, super entusiasmado. Esse universo, onde é explorado de alguma forma o mundo do circo, é cheio de possibilidades. Pode ser explorado um casal, ou um triangulo amoroso. Um mundo com algum tipo de magia, com suspense e mistério. O autor tem a chance de ser muito mais criativo. E dos livros e mangás que eu li sobre o tema, todos usaram e abusaram da criatividade. Afinal, pra que ser clichê em um mundo circense?


O livro em questão é muito mais do que a saga de um circo misterioso. Em um mundo onde a guerra está em todos os lugares, o quanto ela pode afetar a sociedade? As pessoas tentam, de todas as maneiras, não cair em desespero, tentam se distrair, tentam fugir dessa realidade de qualquer maneira. Mas a guerra chega a todos.
A trupe é formada por ex-soldados, refugiados, feridos, que, ao ver que o circo chegou à cidade, se juntam a ele. A líder do circo, Boss, tem a habilidade de criar peças mecânicas e incorporá-las nas pessoas, segundo sua necessidade. Uma coluna vertebral de aço para um soldado ferido. Pulmões mecânicos para outro, asas mecânicas, tudo o que se possa imaginar ela é capaz de fazer. Ganham novos nomes, novas habilidades, e o passado é deixado para trás.
Ao longo do livro os personagens são apresentados de uma forma não linear. Através de flashbacks e troca de narrador sem um aviso prévio. O que faz todo o diferencial nesse livro é ele não ser mais um romance idealizado. Os personagens são reais, são pessoas com conflitos, cheias de cicatrizes do tempo. O que parece ser um “personagem malvado” na visão do Pequeno George, que ainda é uma criança; dois capítulos a frente são desenvolvidos e mostrados um pouco mais que: nada é tão preto no branco. Nada é tão simples como personagens totalmente “bonzinhos” ou “malvados”. Eles têm que conviver no circo com seus conflitos e as consequências que Boss deu a eles. Dádiva e desespero andam de mãos dadas, aqui. Para além desses conflitos, seu mundo ainda está devastado, e ainda existem pessoas que continuam a guerra lá fora.
Um livro inovador que pode ser visto sobre várias camadas diferentes. Além de ser poético, existem partes tristes e partes felizes que são deliciosas de ler. Pra quem quer tentar algo novo, fica a dica.
Vale lembrar que o livro foi indicado ao Prêmio Nebula  e ganhou o prêmio Crawford Award 2012.
“Quando um jovem garoto em especial vai ao circo e se esquece de aplaudir os acrobatas ou o homem forte por estar se perguntando se eles poderiam lhe ser úteis, ele é um homem do governo. (…)”
Essa é uma opinião pessoal de alguém que gosta de ler bons livros. Sinta-se a vontade para discordar, concordar ou comentar. Não é uma crítica literária. É apenas a opinião de uma leitora.

quarta-feira, 5 de março de 2014

#review08

E se alguém fizesse uma lista de tudo que odeia?

Jennifer Brown, em A Lista Negra, conta a história de Valerie Leftman, uma adolescente no final do ensino médio com uma imaginação fascinante.
O livro começa com um massacre ocorrido no Colégio Garvin – onde Valerie estuda –, envolvendo seu namorado, Nick Levil. O garoto efetua um disparo na praça de alimentação e é aí que toda a algazarra começa. Pessoas correndo por todos os lados. Tiros. Gritos de pavor. Medo. Sangue. Mais tiros. Até que Valerie se mete na frente de Nick e leva um tiro na coxa, para salvar a vida – não propositalmente – de Jessica Campbell. Depois disso, Nick vira o revolver para a própria cabeça e se mata.
No desenrolar da história, descobre-se que o nome da maioria das pessoas que morreram ou que ficaram gravemente machucadas, constava em uma lista, elaborada por Nick e Valerie. Lista essa que foi chamada de “A Lista Negra”.
Além do incidente do Colégio Garvin, vários outros acontecimentos se apoderam do dia-a-dia de Valerie, deixando-a ainda mais confusa sobre se ela é uma criminosa ou uma heroína.
A separação dos próprios pais, sua distanciação dos antigos amigos, sua aproximação de alguns que não eram tão amigos assim e algumas novas experiências fazem Val enxergar o que ela realmente deveria enxergar. Ela era, acima de tudo, uma vitima como todas as outras. Ela e Nick, ambos vitimas do preconceito juvenil denominado bullying. E A Lista Negra foi escrito justamente para isso: para mostrar o que o bullying é capaz de fazer com uma pessoa, a ponto de afetar todas as que a cercam.
Não posso dizer que em alguns momentos não me assustei e que, em outros, não quis chorar; seria mentira afirmar que não vivi, junto com a personagem principal, cada drama daquela emocionante história que, você tendo lido ou não, para quem já vivenciou uma tragédia verdadeira, é realmente chocante.

Esta é minha indicação: A Lista Negra, um romance de Jennifer Brown.


sábado, 1 de fevereiro de 2014

#review07

Uma garota. Um gato preto. Vários segredos.

Tudo são sombras;só sombras as sombras são.
E ela também.”
C. C. Rethir

Mais um livro da Coleção Medo da Ed. Edelbra que retrata a vida de uma adolescente sufocada por segredos que nem mesmo ela tem a capacidade de imaginar. Mentiras que guardam a verdade; a verdade cercada de mentiras.
Dora, uma garota que espera ansiosamente seus quinze anos, tem sua história contada em formato de diário, por Caio Riter, no livro A filha das Sombras. Uma menina que não sabe o mal que lhe cerca e que lhe faz sentir os sentimentos mais fortes que uma simples garota jamais poderia sentir.
Acompanhada sempre por seu gato preto, Puquerel, Dora viva com a tia, Tânia, numa casinha em algum lugar do Sul do Brasil. Uma jovem quase normal, não fosse pela mãe mais do que ausente, pai morto no dia do nascimento e alguns amigos um tanto estranhos.
A história retratada no diário de Dora mostra a dificuldade em que se viram sua mãe, Alice, e sua tia em guardar um segredo que mudaria completamente seus hábitos humanos, um segredo que a afastaria de seus amigos e a faria tomar decisões extremamente pesadas a respeito de seus sentimentos: Dora era uma bruxa.
No começo, nada foi fácil para ela, tudo ainda parecia inacreditável. Mas Dora se acostuma com seus poderes de bruxa, mesmo sabendo o que alguns deles foram capazes de fazer contra a mãe de sua amiga, contra outra amiga, no dia da prova de História.
Um detalhe que chama bastante atenção no livro, é como ele é inspirado em versos de Augusto dos Anjos, graças a citações feitas pela personagem principal, que muito se identificava com o autor.

E, mais uma vez, finalizo esta resenha do ultimo livro lido por mim da coleção Medo com um convite especial aos bibliófilos de plantão: leiam os três livros: Senhora das Névoas, Sonetos das Trevas e A Filha das Sombras, e descubram o que há de bom ou não nos arquivos secretos de ambos.

Vida longa aos leitores!

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

#review06

Os últimos anos de Marilyn Monroe



 Norma Jeane mais conhecida como Marilyn Monroe foi uma atriz, cantora e modelo norte americana. É a mais comentada estrela do cinema de todos os tempos. Marilyn nasceu em 1926, morta em 1962 aos 36 anos de idade, causa provável? Suicídio. Estrelou vários filmes, dentre os mais conhecidos: Nunca fui santa, Os desajustados e Quanto mais quente melhor. Casou-se três vezes e teve diversos casos conhecidos, porém nunca teve nenhum filho. Seus ex-maridos foram Jim Dougherty, o dramaturgo Arthur Miller e o astro de beisebol Joe DiMaggio.

O livro ainda conta o período entre 1960 até sua morte em 1962, em que Marilyn se envolveu intimamente com pessoas importantes, como o presidente dos E.U.A., na época, John F. Kennedy e seu irmão Bobby e com o cantor Frank Sinatra, estes supostamente dividiram a cama com ela.




Entre outras historias, o leitor conhecerá a verdade sobre suas finanças, seus incríveis hábitos de consumo com bebidas alcoólicas, seu romance com Sinatra e os Kennedy, a comentadíssima coletiva indiscreta que ela deu a imprensa em agosto de 1962, sua lendária mensagem de despedida “Dê adeus ao presidente”, as dúvidas dos amigos na noite que ela morreu e a ocultação da verdade. Nesta biografia são revelados detalhes precisos de o quanto ela estava envolvida em escândalos.


Sobre a morte da atriz: teria ela cometido um suicídio ou teria sido um acidente? Marilyn não teria aguentado a pressão da fama? Achava que estava envelhecendo ou por causa do sentimento da solidão, que era sua companhia permanente? Ela foi assassinada pela governanta da casa dela? Por seu médico? Pela CIA? Pelo FBI? Ou, quem sabe, pelos Kennedy? (pois na época era um escândalo o presidente ter um caso com alguma estrela de Hollywood)




As discussões são acirradas até hoje. No entanto o escritor, jornalista e pesquisador Keith Badman, tentará esclarecer, após cinco anos de pesquisa em documentos confiáveis, como anotações da própria Marilyn em seu diário, fotos, recortes de jornais e revistas, arquivos, recibos, faturas e narrativas de testemunhas oculares e uma série de acontecimentos incontestáveis. Vale muito a pena ler a história de umas das maiores lendas do cinema e sexy simbol. Sinceramente, espero que o apreciem.











sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

#review05




    A historia se passa entre 1939 e 1943. A Personagem principal se chama Liesel Meminger. E quem conta essa triste historia é a própria morte, que visita Liesel três vezes em toda sua vida. Na primeira vez que a encontra, quando seu irmão é enterrado, a garota rouba seu primeiro livro: “O manual do coveiro”. No mesmo dia é levada a cidade de Molching, onde sua mãe biológica a entrega a outra família, na Rua Himmel, onde moram Hans e Rosa Hubermann. E é onde conhece seu melhor amigo, Rudy Steine. A vida ali é bem difícil, por causa da Segunda Guerra Mundial. O prato do dia, se repete todos os dias na casa dos Hubermman: a sopa de ervilha. E os livros? Bem, os livros que ela roubava, tinha um significado e uma lição. E no meio das idas e vindas do destino, Liesel e os Hubermann acolhem um judeu, Max Vandenburg, o que era extremamente errado na época, e eles os acolheram por causa de uma promessa bem antiga, feita por Hans. Depois de um tempo, Liesel e Max, criam um laço de amizade, por causa dos livros. Mas, Max teve que ir, para a segurança daquela família.






     Particularmente, eu amo essa historia, porque ela faz a gente se apegar ao contexto, aos amáveis – outros nem tanto - personagens e até à morte, pois do jeito que a morte se revela, faz com que a gente também se apegue a ela, pois, “Até a morte tem um coração”, mesmo que muitas vezes ela não demonstre que tenha algum. Essa historia mostra a simplicidade daquela época, que as coisas pequenas podem marcar muito, e reforça que o amor verdadeiro suporta tudo. Eu costumo falar que A Menina que Roubava Livros, é uma historia dentro da historia. E também, por ser um contexto não tão “fictício” assim, pois muitas pessoas naquela época passaram o mesmo, e, além disso, também mostra como a guerra é assustadoramente horrível para as crianças.


 
 

     E pra quem já leu esse belíssimo livro, vem ai uma ótima novidade: vai ter um filme dele! Pra quem não sabia dessa ótima noticia, vou deixar o link do trailer aqui (www.youtube.com/watch?v=J24AlOYHpVU). Confesso que estou super ansiosa pelo o filme, e ao mesmo tempo não, pois, podem alterar algumas coisas do texto original, o que desvaloriza a obra do autor, mas, acho que vale -muito!- a pena ver. O cartaz oficial é esse ao lado:

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

#review04

Um toque de licantropia

“De todos os monstros das trevas, o lobisomem é o que carrega a mais terrível maldição. Jamais deixa de ser uma criatura humana, sofrendo, a cada transformação, o tormento de seu lado brutal e incontrolável.”
Sonetos das Trevas foi escrito de uma maneira inusitada, a meu ver. Luiz Antonio Aguiar fala, principalmente, das ações de uma organização secreta que extermina as CMI – Criaturas Monstruosas Incontroláveis – de maneira que eles nunca as capturam para estudo e sempre eliminam pistas da existência dessas criaturas. A organização se chama Falange, e a operação em questão no livro é um lobisomem com milênios de idade.
No decorrer da caçada, são expressos sonetos feitos pelo licantropo que está na mira da Falange. Palavras românticas, outras de dor, algumas que expressam momentos de fúria, outras de arrependimento. E ainda: os sonetos despertam nossa curiosidade sobre a vida do lobisomem. O que torna este homem uma fera? O que faz a fera tomar este homem? E sempre acabamos percebendo que o lobisomem é o lado negro do ser humano.
O Coordenador de Campo V. H. Javert – como a função já determina: chefe da missão – também tem seus mistérios. Tanto é, que o próprio perseguido o entende como se o homem fosse como ele. De fato é: um homem qualquer com seus segredos ocultados por si próprio.
Ao autor e ilustrador: muito obrigado! Vocês, executando mais um trabalho belíssimo produzido pela Editora Edelbra, com a Coleção Medo, mostraram ao publico jovem a verdadeira essência de sonetos e arquivos confidenciais.

E falando em arquivos confidenciais... Como todos os livros da Coleção Medo, Sonetos das Trevas também tem um arquivo secreto. E, é lógico, não vou revelar.