Uma garota. Um gato preto. Vários segredos.
E ela também.”
C.
C. Rethir
Dora,
uma garota que espera ansiosamente seus quinze anos, tem sua história contada em
formato de diário, por Caio Riter, no livro A
filha das Sombras. Uma menina que não sabe o mal que lhe cerca e que lhe
faz sentir os sentimentos mais fortes que uma simples garota jamais poderia
sentir.
Acompanhada
sempre por seu gato preto, Puquerel, Dora viva com a tia, Tânia, numa casinha
em algum lugar do Sul do Brasil. Uma jovem quase normal, não fosse pela mãe
mais do que ausente, pai morto no dia do nascimento e alguns amigos um tanto
estranhos.
A
história retratada no diário de Dora mostra a dificuldade em que se viram sua
mãe, Alice, e sua tia em guardar um segredo que mudaria completamente seus
hábitos humanos, um segredo que a afastaria de seus amigos e a faria tomar
decisões extremamente pesadas a respeito de seus sentimentos: Dora era uma bruxa.
No
começo, nada foi fácil para ela, tudo ainda parecia inacreditável. Mas Dora se
acostuma com seus poderes de bruxa, mesmo sabendo o que alguns deles foram
capazes de fazer contra a mãe de sua amiga, contra outra amiga, no dia da prova
de História.
Um
detalhe que chama bastante atenção no livro, é como ele é inspirado em versos
de Augusto dos Anjos, graças a citações feitas pela personagem principal, que
muito se identificava com o autor.
E, mais uma vez, finalizo esta resenha do ultimo livro — lido por mim — da coleção Medo com um convite especial aos bibliófilos de plantão: leiam os três livros: Senhora das Névoas, Sonetos das Trevas e A Filha das Sombras, e descubram o que há de bom — ou não — nos arquivos secretos de ambos.
“Vida longa aos leitores!”